A mitologia grega está povoada de estranhas figuras, desde monstros terríveis, como a Medusa, que trazia na cabeça não fios de cabelos, mas serpentes, aos Ciclopes, homens gigantes que traziam um olho no meio da testa, ou Cérbero, cão de muitas cabeças que guardava as portas do inferno. Os monstros mitológicos normalmente são seres malignos que desafiam os heróis e os deuses, sendo por eles destruídos ou aprisionados.
Dentro da criatividade mitológica, há alguns monstros de caráter benéfico, que acompanham os deuses em seus cortejos, tendo a aparência híbrida, metade humana, metade animal. Nos mares vamos encontrar as sereias e os tritões, metade humanos, metade peixes, que seguem o cortejo do deus dos mares, Poseidon. Nos campos temos as alegres figuras das divindades campestres, que trazem duas naturezas, a humana e a caprina, representada pelos Sátiros e os Silenos. Não são deuses, mas não são meros mortais, pois tomam do néctar e assim como as ninfas, não envelhecem, têm uma longa vida. São gênios campestres que protegem os homens e os seus rebanhos das feras da floresta. Os Sátiros têm o seu mito ligado não apenas ao campo, mas à fertilidade e à música, sendo que o mais famoso deles, Pã, foi o inventor da flauta que leva o seu nome.
Também possuidores de duas naturezas, a humana e a eqüestre, estão os Centauros, originários da Tessália, lugar cheio de montanhas e terras áridas, que tinha na pecuária a sua principal atividade econômica. Este povo montava os seus cavalos para mais facilmente conduzir os seus rebanhos. Esta fusão homem-cavalo originou a figura do Centauro, homem da cabeça ao tronco e cavalo da cintura para baixo. Monstro benéfico, representava a eterna luta das civilizações, do homem que traz em si o irracional e o racional.
Sátiros, Silenos e Centauros, estranhas e fascinantes criaturas mitológicas que com a dualidade do seu corpo, traduziam a essência da evolução da civilização humana, muitas vezes racional, outras vezes meramente animal.